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#SeLiga

O Mulherão
De todas, para todas
Por: iFoxOrange/Milena Schivittez (ifoxorange@gmail.com)


Hoje acordei com várias mensagens no WhatsApp, a maioria delas foram enviadas por mulheres. No entanto, uma específica me chamou a atenção, aquela que havia sido enviada naquele famoso grupo da família. A mensagem felicitava a todas pelo Dia Internacional da Mulher e acompanhava aquele vídeo de praxe que recebemos todo 8 de março.  O vídeo era narrado por um homem e dava a definição exata do que era ser um “mulherão”.

Vou poupar a todas de assistir 3 minutos e 25 segundos de um algo que resume a imagem da mulher para os homens. Basicamente, ele define “mulherão” como aquela mulher que trabalha fora durante o dia inteiro e quando chega em casa tem que fazer o serviço doméstico, mesmo que o marido tenha chegado muito antes dela. Aquela mulher que se arruma, cuida do corpo, das crianças, do marido e da casa sem reclamar. Mas também não pode ser como as mulheres da televisão, porque elas, de acordo com o locutor, são só providas de beleza, mas por não cuidar de todo o resto, não são mulheres de verdade. 

Sobretudo, só somos consideradas mulherões se formos bonitas, saradas, trabalhadoras e, o mais importante a ser ressaltado, na mensagem, empregadas, pois as tarefas do lar só cabem a nós. É como se a imagem da mulher para um homem ainda fosse a mesma da música Amélia.

Sejam bonitas, mas não tanto para não chamar tanta atenção. Se arrumem, mas não tanto para não serem fúteis. Sejam fortes, mas não sejam feministas porque é “mimimi”. Sejam trabalhadoras, mas não esqueçam de formar família, você não é mulher até ter uma. Sejam independentes mas, dependam de nós homens. Vocês merecem ser valorizadas, mas, só no dia 8 de março. No resto do ano vocês vão receber menos que nós, apanhar de nós, serem violentadas por nós, serem rebaixadas por nós.

Ah... a contradição machista de cada dia!

Então, neste nosso dia, venho aqui escrever para todas que receberam ou não o tal vídeo. Para você que é gorda, magra, branca ou negra. Que trabalha fora, que é do lar. Que quer ter filhos, que tem filhos ou que não deseja ter um. Que usa maquiagem, que não gosta de usar maquiagem. Que se depila ou não.  Que entende que seu corpo pertence só a si e só você decide o que fazer com ele, ou que está na busca deste entendimento. Que é feminista, que ainda não sabe o que é ou que está estudando sobre o assunto. Enfim, para todas as mulheres, um feliz dia nosso e que cada história, bagagem e marca mostre que nós somos o real, o possível, o verdadeiro. O mulherão de nós mesmas. 

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