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To the Bone: Lily Collins, estrela do filme, põe em foco o enfrentamento contra a anorexia interpretando Ellen
Por: iFox/Micael Machado (micaelaraujomachado@gmail.com)

“Eu precisava parar com tudo isso, estava toda hora checando as embalagens de alimentos e na minha cabeça, se comesse um pouco mais, achava que era hora de vomitar ou, tomar um laxante”, disse a jovem que pediu para não ser identificada. Diante desses e de tantos outros depoimentos, é tida a necessidade de discutir em todos os âmbitos os problemas advindos dos transtornos alimentares.

O filme “To the Bone” – em tradução do inglês “O Mínimo Para Viver”  é estrelado pela atriz Lily Collins, e foi lançado pela plataforma de streaming Netflix e, como tema principal, traz em primeiro plano e sem tabu, discussões sobre a anorexia.

Lily Collins dá vida a Ellen, uma garota de 20 anos que diz saber as calorias de quase todos os alimentos e, que durante sua vida, vive o ciclo de entrar e sair de diversas reabilitações na tentativa de combater a anorexia. Até o momento que Carrie Preston, que interpreta sua madrasta na produção, a envia para uma nova rehab.

Além de achar que seria apenas mais uma tentativa frustrada, se depara com um programa não convencional, liderado por um médico tão não tradicional, interpretado por Keanu Reeves. Para sua estreia como diretora, a escritora e produtora Marti Noxon se inspirou na sua própria vida, especialmente em sua luta e recuperação diante dos distúrbios alimentares.

A história vivida pela personagem de Collins se assemelha a inúmeras outras dentro e fora dos holofotes, dados da Secretaria de Estado da Saúde, por exemplo, revelam que 77% das jovens em São Paulo apresentam propensão a desenvolver algum distúrbio alimentar. Seja ele anorexia, bulimia ou compulsão por comer. 

Isso tudo, unido à mídia que presta uma forte e significativa influência nos valores estéticos e na imagem corporal. Quando apenas uma medida é idealizada em que os corpos seguem um padrão elencado como único e excluem a diversidade marginalizando-as. São eles, corpos magros, esguios, perfeitos e estão por toda a parte, na televisão, na Internet, nas plataformas de streaming.

Eis que surge uma busca incessante para alcançar um ideal, ilusório, dando margem para um abismo existente entre a realidade e um objetivo distante e, quase inatingível: a perfeição corporal. 


 “Arrepiada até os ossos, mas me sentindo tão livre. Que grande momento é esse para mim. Assumindo meu passado, me abrindo sem vergonha ou arrependimentos a respeito das minhas experiências. Dividir meu histórico com transtornos alimentares e como esse filme é pessoal para mim, tem sido uma das experiências mais gratificantes da minha vida. Obrigado a todos pelo amor e pelo apoio. Mando todo o meu amor de volta (especialmente hoje!) e lembrem-se: vocês nunca estarão sozinhos”, admitiu Lily Collins em seu perfil no Instagram ter sofrido com a doença em um relato emocionante. 

Casos como o de Daiane Dornelles, eram glamourizados nas redes sociais onde a jovem, que sofria com anorexia nervosa, postava diariamente as fotos de sua “evolução”. O apoio dos “fãs” contribuía para a garota continuar montando um “culto ao corpo”. A gaúcha morreu aos 21 anos, e casos como esses ocorrem com mais frequência do que se imagina.

“Toda vez que me encontrava diante do espelho, mesmo vendo que precisava de ajuda, só sabia fazer uma coisa: vomitar. Era uma mistura viciante de estar a um passo do corpo sonhado e ver minha saúde decair”, citou a jovem que não quis se identificar. Na presença de todas as mudanças físicas e também, principalmente as psicológicas, os indivíduos são abalados por transtornos de percepção de imagem corporal ou transtornos alimentares. Isso, causa inúmeros momentos de angústia ao longo de suas vidas, no seu dia-a-dia. 

E os homens?
 “Sabia que era errado e também que tudo o que estava causando talvez pudesse não ter reversão mas queria ser visto, ser aceitável e bonito nem que fosse uma vez”, disse o jovem que pediu para não ser identificado.

A busca pelo corpo perfeito acaba se tornando a verdadeira e interminável cruzada tanto para mulher quanto para homens pois, os indivíduos com os referidos transtornos estão permanentemente insatisfeitos com a própria aparência. Dados do CATDA – Grupo de Apoio e Tratamento dos Distúrbios Alimentares e da Ansiedade – (para conhecer mais sobre o grupo clique aqui) comprovam que a cada dez casos de anorexia, um caso é de homem.

No Rio Grande do Sul, o local que fornece o tratamento complexo para a anorexia e bulimia pelo SUS – Sistema Único de Saúde – é o Hospital de Clínicas de Porto alegre e o encaminhamento pode ser feito por um posto de saúde onde os pacientes são atendidos por médicos, psicólogos e nutricionistas.

Em casos mais graves onde os pacientes podem ser internados, mesmo após a alta, é preciso estar atento pois a anorexia, ao contrário da bulimia, não tem cura e pode acompanhar a vida do indivíduo a vida toda. A envoltura da família e dos amigos é fundamental para tratar a doença, segundo os médicos.

Pôster do filme "Tho the Bone", produzido pela plataforma de streaming Netflix.


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