#iGirlPower
PARTE II
Ela é o que quiser ser!
Relatos provam que a mulher do século 21 pode ser e
fazer o que quiser
Por: iFox/Micael Machado (micaelaraujomachado@gmail.com)
Por: iFox/Micael Machado (micaelaraujomachado@gmail.com)
“Eu soube que estava grávida já com a gravidez um pouco avançada”, diz Roberta F. Muniz, 24 anos, estudante de
Jornalismo que quando perguntada como foi o trajeto até ingressar na
universidade, enfatizou que fez a prova do ENEM em 2014, com 7 meses de
gestação. Aliás, fazer a prova grávida, diante do calor e da retenção de
líquidos na gravidez prejudicou na sua concentração, no entanto, isso não a
impediu de passar no curso de Letras Português e Espanhol da Universidade
Federal de Rio Grande – FURG.
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Roberta e Everson, esperando o Arthur (Foto: Acervo Familiar) |
Sabe-se que uma das palavras do século 21 é, sem dúvida alguma,
“empoderamento” e na sociedade atual, perante alguns discursos construídos ao
longo dos anos, não somente a mulher brasileira sofre por ser mulher,
mas também, por inúmeros outros motivos – destaque para o preconceito
enfrentado pelas estudantes que são mães.
O empoderamento está presente no dia-a-dia de todas, inclusive na vida
daquelas que decidem ser mães. No momento em que uma mulher se torna mãe, toda
a sua rotina muda e isso acontece também com as que planejam a maternidade. Ou
seja, uma grande reviravolta em suas vidas.
“Não era o curso que eu queria mais, mas muito queria conseguir entrar
na universidade”, refletiu Roberta F.
Muniz relembrando “acabei optando em dar prioridade ao Arthur, me abalou um
pouco emocionalmente ter que desistir de algo tão esperado por mim, mas meu filho,
se tornou o primeiro lugar.
Os discursos referentes principalmente “ao dever ser da mulher” estão aí,
claros ou fantasiados e se a vida de universitário exige dedicação e esforço,
para as mulheres que se dividem em conciliar a rotina de trabalho, estudo e
maternidade, exige ainda mais empenho e força para persistir.
Uma das maiores vitórias das mães vestibulandas é o ingresso na
universidade e a possibilidade de mudar suas vidas e se tornar protagonistas da
sua própria história. Para Roberta F.
Muniz, não foi diferente, no ano de 2016, fez novamente o ENEM e quando
Arthur estava prestes a completar dois anos de idade, o resultado, seu grande
sonho, a Universidade Federal de Pelotas – UFPel – e o curso, de Jornalismo.
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Roberta e Arthur, “Bixos” do curso de Jornalismo, da UFPel (Foto: Acervo Familiar) |
A ambição de ter uma profissão evoluindo e acompanhar o crescimento dos filhos exige também a organização da agenda para realizar todas as atividades de trabalho, do curso e dos cuidados com as crianças. Roberta F. Muniz enfatiza “sobre a gestação, tive apoio da minha família e do meu marido, Everson Seifert Filho, 26 anos, auxiliar de mecânico.
“As dificuldades que encontro são em relação a disponibilidade, quase
sempre estou adiantada nos trabalhos e não é porque eu acho que tenho que fazer,
mas porque com criança pequena não tem muito como prever”, perguntada sobre as
dificuldades encontradas ao tentar conciliar a rotina. Ainda, Roberta F. Muniz lembra que as
atividades da universidade são realizadas sempre à noite, quando há silêncio.
Seja Roberta, Isabella, Maria, Camila ou qualquer outra
mulher, suas vidas a partir da chegada de um filho são narradas enfrentando
muitos desafios, vista por uns como grandes guerreiras, super-heroínas, e por
outros, com os olhos do preconceito.
Tanto Roberta Silva da
Silva como
Roberta F. Muniz relatam não sentirem o preconceito por terem com quem
deixar o filho enquanto estudam, porém, já presenciaram situações em que as
mães que necessitam levar os filhos nos locais de estudo, sofrem. “Crianças são
imprevisíveis e tem muita gente que não consegue entender que a mãe não leva o
filho porque quer, mas por necessidade”, enfatizou Roberta F. Muniz enquanto
Roberta Silva da Silva relata “o preconceito acontece muito com os olhares
e principalmente através das frases carregadas de falta de empatia e
sensibilidade”.
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Marília Freitas com a pequena Valentina, durante à aula(Foto: Divulgação Facebook) |
Um grande
exemplo de solidariedade aconteceu no Pará, quando a foto de uma professora de
Sintaxe do Português, Marília Freitas, carregou no colo, Valentina,
filha da estudante de Língua Portuguesa, Isabelle Costa de 22 anos,
estudante, na Universidade Federal do Pará – UFPA. O momento publicado nas
redes sociais foi marcado pela reação das pessoas, surpresas pela ajuda que
segundo a professora Marília Freitas, foi movido pela empatia.
Para os
colegas de trabalho, de estudo e até para as famílias, basta apenas se colocar
no lugar de todas as mães e as dificuldades em estar lá. Partindo do
pressuposto de apresentar empatia. Roberta F. Muniz diz “jamais pensei
em desistir porque além de ser mãe, sou mulher e sonho em conquistar o meu
espaço e, luto por mim e por meu filho”.
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Família reunida: Roberta, Everson e Arthur (Foto: Acervo Familiar) |
O maior
desafio é o tempo, igual para todos. “Fazer todas as obrigações e ainda
conseguir um tempinho para si, que é muito importante, nem sempre é fácil”
disse Roberta F. Muniz completando “espero passar um bom exemplo
para ele – Arthur”.
Veja a PARTE I em: https://goo.gl/SMW3iJ
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