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A dramaturgia em suas cenas revelam a realidade de inúmeras mulheres
Segundo dados da ONU, sete de a cada dez mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida
Por: iFox/Micael Machado (micaelaraujomachado@gmail.com)

A novela “O Outro Lado do Paraíso” produzida pela TV Globo tem chamado a atenção por conta das cenas de agressão em que a protagonista Clara, interpretada pela atriz Bianca Bin tem sofrido no âmbito doméstico.O desconforto do público perante à ficção é colocado em evidência, uma vez que na ficção é encenada a realidade de inúmeras mulheres.


“Sofria diariamente abusos do meu ex-marido por achar que não conseguiria criar meus filhos e aguentei calada até o dia em que meu filho mais novo disse que não aguentava mais”, disse a entrevistada de 42 anos que optou por não se identificar. O depoimento, no entanto, se assemelha ao de inúmeras outras mulheres.

Sob diversos prismas e intensidades, a violência contra as mulheres é recorrente e não é somente uma realidade do Brasil. Tal violência constitui uma das mais graves violações de direitos humanos e crimes hediondos estruturante da desigualdade de gênero.



O feminicídio, designa toda a violência contra a mulher que leva ou pode levar à morte e inclui desde assédio verbal e outras formas de abuso emocional, até abuso físico ou sexual. Na maioria das vezes, a violência acontece em âmbito privado, praticada por pessoas próximas à sua convivência como esposas/maridos ou companheiras/os.

A principal motivação dos crimes é o machismo, perpetrado ao longo dos anos e que persiste em pleno século 21. Construídas historicamente, o machismo apresenta pequenas variações ao ser transmitido nos campos sociais, políticos, cultural e econômico.

A série “Las Chicas del Cable”, produzida pela plataforma de streaming Netflix também conduz o público à tomada de consciência em cenas da personagem de Maggie Civantos, Ángeles – destaque para a o episódio seis que após ser espancada pelo marido, perde seu bebê. A violência contra as mulheres é uma construção social, consequência da desigualdade de força entre homens e mulheres e é criada e posteriormente reproduzida pela sociedade.

“Toda a vez que eu recuava por medo, diziam que eu gostava de apanhar”, comentou a vítima que pediu para não ser identificada quando perguntada se tinha apoio das demais pessoas do seu convívio social. A falta de compreensão da sociedade perante às desigualdades e as relações de poder edificadas aos papéis associados ao gênero feminino e masculino colaboram não só para que a violência ocorra, mas também se perpetue gerando ainda mais intolerância.

A Convenção de Belém do Pará do ano de 1994 define como violência contra as mulheres como “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado”, impactando também no desenvolvimento social e econômico do país.

“Quando me separei senti muito alívio, comecei a arrumar minha casa, adquirir bens pois ele, gastava todo o nosso dinheiro com a bebida”, relembrou a entrevistada que pediu para não ser identificada. Exterminar todas as formas de violência contra meninas e mulheres seja nas esferas privadas como públicas é uma das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável – ODS 5 (clique aqui para ler).


Pesquisa: Anuário Brasileiro de Seguranças Públicas e Instituto Avon com Data Popular 


No ano 2006 o governo brasileiro, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos – ACNUDH – e a ONU Mulheres publicaram as Diretrizes Nacionais para Investigar, Processar e Julgar com Perspectiva de Gênero as Mortes Violentas de Mulheres – Feminicídios (clique aqui para ler).

Um dos instrumentos mais importantes para o enfrentamento da violência é a Lei Maria da Penha – Lei número 11.340/2006. A lei que faz referência a Maria da Penha Maia Fernandes (clique aqui para ler) tipifica as formas de violências contra as mulheres além de prever a criação de serviços especializados como os que compõe a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

“Depois de anos me libertei e com o tempo aprendi que eu tenho força sim”, disse a entrevista que completou sua resposta dizendo “começar a me amar foi o mais difícil com certeza mas aprendi e personagens como o da atriz da TV Globo chocam pois é a imitação da vida de muitas outras”. Assegurar o protagonismo das mulheres por meio de políticas públicas de educação, é uma das vias para avançar na desconstrução de uma cultura de discriminação da mulher, perpetrada na sociedade.

A rede de atendimento, de atenção e proteção às mulheres é o primeiro passo para romper um ciclo de violência, porque fornece apoio multidisciplinar, psicológico e também financeiro. As delegacias especializas, centros de referência, casas de abrigo e outras instituições de apoio, ajudam as mulheres a não sofrerem caladas.




Em caso de violência contra à mulher, não hesite, disque 180 ou procure A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher DEAM – em sua região. A delegacia situada na cidade de Pelotas, fica na rua Barros Casal, número 516, no Bairro Areal. O telefone para contato é (53) 3310-8150 e o e-mail é pelotas-dm@pc.rs.gov.br ou ainda pelo Facebook (clique aqui para acessar). 


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