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A Guerreira
Conheça e escute a sereia mineira, Clara Nunes
Por: iFox/Micael Machado (micaelaraujomachado@gmail.com)
 Em fevereiro iFox viaja até o Sudeste, mais especificamente, até Paraopeba, em Minais Gerais para conhecer Clara Francisca Gonçalves Pinheiro ou simplesmente, Clara Nunes. Conhecida por suas canções calcadas em temas do Candomblé, sua religião, e, por sua indumentária característica – sempre de branco e com colares de origem africana –, a cantora e compositora nasceu no dia 12 de agosto de 1942 e, morreu prematuramente aos 40 anos, em 1983. 

Clara Nunes, também chamada carinhosamente de “A Guerreira” viajou para muitos países representando a cultura brasileira. Suas canções “Ê Baiana”, “Alvorada no Morro” e a “Deusa dos Orixás” são apenas alguns dos grandes sucessos produzidos pela filha de Oxalá. Espalhando a alegria da Bahia à Minas e vice-versa, Clara é tida como um fenômeno da natureza e brasilidade.


Com uma voz única, rodando o seu vestido longo e branco e um brilho mestiço encontrado nos seus olhos, conquistou um país inteiro e foi coroada como a primeira cantora brasileira a vender mais de 300 mil cópias de discos graças ao sucesso do samba “Conto de Areia”. Isso, desmitificou o tabu de que mulheres não vendiam discos. 

Foto: Reprodução.

“Clara como cousa, sob um feixe de luz num lúcido anteparo”, disse Hilda Hilst ao lembrar de Clara Nunes, a sereia brasileira.

Uma das grandes paixões da mineira mais baiana, citada em sua biografia é a Escola de Samba Portela. O amor é evidenciado entre tantas canções marcadas por sua voz. Relatos contam que Clara havia pedido ao marido, Paulo César Pinheiro – poeta e compositor brasileiro – um samba em homenagem à sua escola. Se vendo obrigado a agradar a sua mulher, criou uma pequena célula melódica que não conseguiu desenvolver a contento. Quando menos esperava, encontrou a ideia perfeita e o cenário? A sala de sua própria casa, lugar onde Clara havia montado um altar para suas grandes devoções: Nossa Senhora Aparecida, com o seu manto nas cores azul e branco e um pombo de asas abertas que representava o Espírito Santo. As cores e a águia, faziam menção a sua escola do coração e a combinação era a junção do místico com o profano.


Amiga de Caymmi e Chico Buarque, gravou muitas composições dos cantores. Os discos após os anos 70, em que a cantora estava firmada no samba a elegeram como uma das três rainhas do samba, ao lado de Alcione e Beth Carvalho. Foco para gravações históricas como “Morena de Angola” de Chico Buarque e “coração Leviano” de Paulinho da Viola.

Mesmo após sua polêmica morte, uma reação alérgica a um componente do anestésico, quando se submeteu a uma cirurgia de varizes, seguiu vendendo muitos discos, inclusive grandes sucessos. Velada em seu segundo lar, a Escola de Samba Portela, o último adeus à sereia mineira, contou com mais de 50 mil pessoas e em 1984, o enredo da sua escola foi nada mais que “Contos de Areia”.

Em comemoração aos seus 60 anos, a gravadora DeckDisc, lançou um CD duplo intitulado como “Um Ser de Luz – Saudação à Clara Nunes” como a participação de grandes vozes do país como Elza Soares, Fafá de Belém, Seu Jorge, dentre outros. 

E+
Em 2017, no Festival do Rio de Janeiro, foi lançado o documentário “Clara Estrela”, de Susanna Lira e Rodrigo Alzugui. O documentário é emocionante, uma vez que é a própria Clara Nunes que narra a sua trajetória.

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