#iGirlPower
PARTE I
(Foto: Hamilton Bittencourt)
Quer mais @? A segunda parte da coluna #iGirlPower com Tassi Viebrantz será lançada em breve!
Por: iFox/ Micael Machado (micaelaraujomachado@gmail.com)
As mulheres sempre tiveram sua liberdade restringida e sua
autonomia como sujeito negada ou desvalorizada. Nesse contexto, de repressão,
a escrita ao longo dos anos foi se tornando uma forma de libertação e, mais,
empoderamento. A relação com a literatura, em alguns casos, começa cedo e a
escrita é um reflexo. É o caso da pelotense Deborah Anttuart (21), estudante do curso de Jornalismo, da Universidade Federal de Pelotas.
Ao contrário de como acontece com a maioria, lendo livros
infanto-juvenis, para ela, a literatura veio assim que já havia sido
alfabetizada, em seu ano bÃblico.
A escrita começou através de desencontros amorosos, uma vez
que o crush da época também tinha um amor não correspondido. Um álbum no Orkut, denominado “garota passado”,
escrito para outra, fazia com que o amor de Deborah crescesse a cada vez mais.
A hora do recreio
poderia ser chamada de a hora do romantismo, em que os textos escritos na mÃdia
social eram lidos para suas amigas, após serem transcritos a mão. O romance
nunca foi descoberto e, num sábado de manhã, após descobrir que o seu amor
estava namorado, e não era com a “garota passado”, veio o primeiro texto de “descorno”,
dos muitos que viriam.
“A escrita é minha válvula de escape, que
me ajuda a mapear o que se passa na minha mente, e eu amo essa intimidade que
tenho com ela. A capacidade de conversar comigo mesma, seja na versão atual, ou
com as ‘Deboras’ que já passaram, lendo textos mais antigos. Escrever é uma
ferramenta importante na minha construção enquanto pessoa", diz Debora Anttuart.
(Foto:
Paulo Ferreira)
São inúmeros os motivos que a levam escrever, desde
desilusões amorosas, sentimentos e emoções, a trabalho. Deborah se autodeclara romântica, logo, em seus textos, em cada
linha, há sentimentalidade.
"Gosto de falar sobre
pessoas que marcam de alguma forma, positiva ou negativamente. Pessoas que amo,
odeio, ou queria ter a oportunidade de amar melhor, amar de novo. Saudade,
despedida, manias de alguém que me rouba a atenção, amores proibidos,
impossÃveis ou harmonicamente sigilosos. Gosto de pensar que a mensagem pode chegar
ao destinatário, e que ele vai se enxergar ali, ou minimamente cogitar a
possibilidade de estar ali",
afirmou Debora Anttuart.
Ao dar voz, por intermédio da escrita e da literatura, a
grupos silenciados, é visto a libertação e é claro, o empoderamento. Um
processo de desconstrução que serve como ponte para a representatividade,
colaboração e sororidade. Empoderar é elevar, colocar uma menina ou mulher no
degrau de cima e colaborar para que conquistem seus espaços em todos os âmbitos.
Na escrita da pelotense, ou melhor, na junção entre a
escrita e ela, há o empoderamento, com seus dilemas e questionamentos, em todas
as suas nuances. As meninas e as mulheres se tornam mais vocais, cientes dos
espaços que podem ocupar e, principalmente, que juntas elas podem trazer
mudanças, por menores que sejam.
Neste momento, empoderar não fica restrito a um verbo de
ação, vira um toque gentil e repleto de empatia em que Deborah toca as outras dizendo: vai lá, você pode tudo.
“É
importante humanizar essa imagem de empoderamento, porque, como todo
sentimento, não é constante. Existem questionamentos que a gente se faz diante
do espelho, sobre a estética, sobre o intelecto. Os dilemas, as crises, os
péssimos dias, os péssimos meses, pessoas que nos afetam que estilhaçam a
autoestima que demoramos tanto a construir, os projetos que dão errado e nos
fazem sentir o maior fracasso” diz Deborah Anttuart.
(Foto:
Acervo Pessoal de Deborah Anttuart)
Aos 21 anos, Deborah
já tem um livro publicado, “Entre Linhas – Coletânia Literária”, publicado pela
UNY Editora, que reúne sete autoras
que compartilham crônicas recheadas de sentimentos e reflexões. Falar em seu
livro a enche de orgulho, ainda mais ao relembrar todo o processo que vai desde
a proposta realizada pela editora, o clima cooperativo e o de produção
independente e, é claro, o lançamento. Ainda sobre a obra, deu um pequeno
spoiler: “em uma segunda publicação, a qualidade de nosso trabalho seria
notoriamente maior. Aliás, será!”
As dificuldades são inúmeras para quem se lança como
escritor, já que vivemos em um paÃs onde não há incentivo à leitura. A
profissão não é regulamentada, exige muita dedicação e é visto a falta
investimento. Inclusive, a #iGirlPower
salienta que a sua dificuldade hoje em dia é a mesma enfrentada no inÃcio de
“sua aventura na comunicação”, como ela mesma cita a falta de dinheiro.
Apesar de tudo, tem muito apoio de sua famÃlia,
principalmente de sua mãe, Eliane
Cardoso, tida como uma verdadeira coaching em motivação. Além disso, seus
amigos e colegas de trabalho incentivam, se tornam grandes fãs. Repleta de
feedbacks, encontra motivação para continuar também na Internet, em seus textos
publicados, seja no Me Apaixonei
(clique aqui) ou no Café Pelotense (clique aqui),
com as reações e comentários.
Durante toda a entrevista foram nÃtidas: a paixão pela área
da comunicação e o jeito camaleoa de ser. Uma trajetória cheia de altos e
baixos, que começou cedo e que hoje rende frutos, principalmente ao fortalecer
uma escolha, o jornalismo como o seu presente e futuro.
“Sou otimista! A vida
me mostrou que a gente precisa sair plantando sonhos e experiências por todos
os cantos, e engajar nesses sonhos o maior número de pessoas possÃveis, porque
os frutos chegam quando a gente menos espera. O grande desafio é acreditar
nesses sonhos e não deixar de dar credibilidade a eles” finalizou Deborah
Anttuart, escritora, comunicadora e #iGirlPower
de iFox.
(Foto:
Hamilton Bittencourt)
Quer mais @? A segunda parte da coluna #iGirlPower com Tassi Viebrantz será lançada em breve!
Nenhum comentário: