#SeLiga
Por: iFox/Micael Machado (micaelaraujomachado@gmail.com)
O cenário musical tupiniquim, que conta com grandes artistas LGBTs,
como Mart’nália, Ney Matogrosso, Ana Carolina e
os falecidos, Cazuza e Cássia Eller, passou por
grandes transformações. A grande explosão veio com cantoras como Anitta e
a drag queen Pablo Vittar, responsáveis por abrir espaços no
entretenimento mainstream que antes, não traziam Lia Clark, Mulher
Pepita, Linn da Quebrada, Gloria Groove, dentre
outros.
A sociedade passou a conhecer figuras importantes que erguem a
bandeira da representatividade. Com os olhares voltados para os LGBTs,
campanhas trouxeram e reforçaram o merecido reconhecimento e triunfo. Por outro
lado, alguns tentam se aproveitar do sucesso, esse desacreditado e negado lá no
início.
Em tempos que temas como a representatividade é colocada em foco,
é necessário levantar o debate em torno sobre o uso do “pink money”. A
expressão é usada para definir o poder de compra dos LGBTs.
Para se ter uma ideia, isso representa mais de três trilhões de
dólares ao redor do globo. Somente no Brasil, é movimentado 150
milhões de reais ao ano segundo dados da InSerarch Tendências e Estudos
de Mercado (clique aqui para ver).
Ainda, dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, IBGE, mostra que os casais
homoafetivos possuem duas vezes mais renda que os casais heteroafetivos, além
de gastarem 30% mais.
Isso mostra o potencial de consumo dos LGBTs e as marcas, a
cada vez mais, têm enxergado isso como uma oportunidade de marketing. A cultura
LGBT+ é tida como um dos grandes hypes das décadas além de é claro, ser um dos
temas mais debatidos no mundo, principalmente no Brasil, país
em que mais mata por homofobia.
Logo, é visto o “dinheiro rosa” muitas vezes entregue a
quem sequer, se importa com a causa, debate e as vítimas de homofobia feitas
diariamente nas ruas. Todo tipo de visibilidade é válido, mas deve-se
questionar: até que ponto vai de fato a representação de uma minoria e quando
ela passa ser por puro capitalismo, mascarado de um falso discurso de igualdade.
Quanto as artes, é importante ver se têm realmente alguma mensagem a
passar, pois muito do que é visto na mídia não passa de um amontoado de gírias
saturadas, que em suma não dizem nada.
Coleções sem gênero não diminuem a homofobia e a visão do LGBT+
representada na mídia (foco para as telenovelas de grandes emissoras) resume
toda uma sigla ao caricato, apenas para “divertir” ou “entreter”. É preciso se atentar as publicidades das marcas que
sempre se omitiram, aos artistas que jamais haviam falado sobre o tema e que
agora se apresentam como grandes idealistas do movimento.
Veja algumas reações no Twitter sobre a polêmica envolvendo o Nego do Borel:
chega de oportunismo hetero em cima das gay ja deu— Davi (@davisabbag) 10 de julho de 2018
Claro que alguns #artistas querem agradar a comunidade #lgbt. É o famoso #pinkmoney, no entanto é preciso separar o joio do trigo. A comunidade também precisa se posicionar e não apoiar #homofobicos declarados mesmo com pedidos desculpas #fakes. @homofobiaNAO— fau andrade (@fauandrade) 10 de julho de 2018
Mais um macho, interpretando a bixa, tentando lucrar com a nossa causa, um escroto desrespeitoso com o que não conhece e não apoia, precisa ver a vida um pouco além das novelas que assiste ou que faz... #MeSolta #escroto #saihetero #pinkmoney— 🐝 (@Ameericanoxygen) 10 de julho de 2018
Nenhum comentário: