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Por: iFox/Micael Machado (micaelaraujomachado@gmail.com)
        
          Um relacionamento abusivo nem sempre é fácil de identificar pois, muitas vezes, é confundido com ciúmes ou até excesso de cuidados. Nos HQs e nas mais diversas adaptações do mundo pop surge um casal bombástico: Coringa e Alerquina que estariam melhor longe um do outro.

     1) Só dele:
Arlequina era a Drª Harleen Quinzel, psiquiatra do Asilo de Arkham que se interessou no difícil caso do Coringa o tomando como seu paciente. A partir do momento que ao trata-lo soube de seu passado, abusado na infância, a psiquiatra acreditou que conseguiria curá-lo.

Por outro lado, Coringa contava suas histórias para manipulá-la e, posteriormente, seduzi-la. A transformação em Arlequina foi após muitos jogos psicológicos afastando-a de sua realidade, o que não deixa de ser uma forma do Coringa tentar isola-la para tentar fazer ela somente dele, comportamento possessivo característico de relacionamentos abusivos.
Coringa força a transformação de Drª Harleen Quinzel em Arlequina (HQ: Suice Squad The New 52/DC Comics 2012) 

2) Abuso físico e verbal:
Ao ler as HQs ou, até então depois de assistir “Batman: A Série Animada”, qualquer pessoa sabe o quanto a Arlequina é humilhada pelo seu companheiro. Aliás, é evidenciado que uma das principais diversões do Coringa consiste em xingar, surrar, abandonar e até tentar matar a sua companheira.

Destaque para o famoso episodio ao qual ele enxerga o quanto a amava e decide amarra-la num foguete para acabar com isso. Para quem está em uma relação assim é muito difícil enxergar a realidade e fugir pelo fato de a pessoa estar emocionalmente fraca. A intenção do abusador, Coringa, é literalmente fazer o outro, Arlequina, refém e a vítima, por mais que sinta que algo está errado, cria clássicas desculpas como a de que a pessoa irá mudar.
Constantes atos de violência física entre Coringa e Arlequina (HQ: The Batman Adventures: Mad Love/DC Comics 1994)

3) Romantização da violência:
Em um primeiro momento pode-se enxergar as brigas do casal até como cenas de uma comédia pastelão, em que todo mundo leva uma torta na cara. Todavia, a violência acontece entre os dois.

“Às vezes você precisa juntar duas pessoas insanas para ter uma relação normal”, diz Arlequina em vários momentos.

Como qualquer outra pessoa que está em uma relação abusiva faz, Arlequina procura justificar sua ligação com o Coringa. Porém, mesmo com alguns bons momentos nesta relação, nada na história dos dois juntos dão força a esse argumento, os dois, quando juntos, trazem à tona o pior um do outro.

A representação é uma coisa muito forte e quando relacionamentos assim são colocados como românticos ou reduzido a “apenas um relacionamento complexo e complicado”, é passada a mensagem de que isto é aceitável.

4) Eles se merecem:
O argumento de inúmeros fãs é de que os personagens da DC Comics se amam de verdade justificando que se a Arlequina realmente quisesse, deixaria o CoringaArlerquina tentou várias vezes deixar seu companheiro em breves momentos de lucidez, porém, ele, sabe como a manipular usando de artifícios como promessas e mentiras.  

Além de inúmeras vezes fingir doença e dar tarefas difíceis para manter Arlequina longe, Coringa ao se sentir inferior à sua parceira, a humilha. Isso tudo é visto em “Louco Amor” quando após Arlequina conseguir capturar Batman e prendê-lo sobre um tanque de piranhas, num acesso de ciúmes, Coringa joga-a para fora de uma janela e liberta o Batman.

É formado um verdadeiro jogo que brinca com o psicológico dela, aliás, no final de sua série de HQs, chamada de “Harley Quinn” (Arlequina), sofre um colapso total após seguir ordens e optar por um grande pagamento em dinheiro em vez de salvar a visão de uma criança. Momento sombrio que termina com Arlequina se entregando ao Arkham novamente.

Em relacionamentos abusivos a única saída é o término, porém, o processo que leva a vítima a admitir que que se trata de uma relação abusiva é demorado. O primeiro passo para isso depende somente de quem está sofrendo com a relação, a única pessoa que poderá operar uma mudança.

iFox é contra toda e qualquer forma de violência de violência e mesmo que se trate de HQs, ressalta que inúmeras mulheres sofrem com relacionamentos desse tipo e não dá para naturalizar essas situações em qualquer forma de entretenimento. Abaixo, saiba mais assistindo o vídeo “Don’t Confuse Love & Abuse” – em tradução literal, “Não Confunda Amor & Abuso”. O vídeo lançado pela Day One New York, narra a relação abusiva vivenciada por uma adolescente.

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